Mostra sobre jornais centenários de Brasil e Portugal aporta no Recife

Uma capa do Diário de Pernambuco de 1825 e outra de 2019 estão expostas, lado a lado, na mostra Jornais centenários do Brasil e Portugal: um legado cultural, realizada pela Associação Portuguesa de Imprensa (API), em parceria com a Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP)e Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), além do apoio do Real Hospital Português.Em cartaz desde sexta-feira (18 de outubro), a exposição segue até o dia 17 de novembro na Galeria Baobá, no campus da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) em Casa Forte.

Jornais centenários do Brasil e Portugal

A mudança gráfica e a inserção de cores e imagens evidenciam os contrastes gerados pelas mudanças ao longo dos 194 anos do Diário, encontradas também em trechos da história de outros 58 jornais centenários do Brasil e de Portugal, expostos em 30 painéis diferentes. Na inauguração estarão presentes o presidente da AIP, João Palmeiro, e representantes dos dez maiores jornais portugueses como O Público, Jornal de Notícias,Diário do Sul Região de Leiria.

“A comunicação é imprescindível e esses jornais, todos seculares,são guardiões da história”, pontuou o presidente da Fundaj, Antônio Campos. Ao todo, 18 das publicações presentes são de veículos brasileiros, e, ao lado do Diário de Pernambuco, o mais antigo em circulação entre os participantes, está o pernambucano Jornal do Commercio. “A exposição levanta uma reflexão sobre a importância da preservação dos jornais centenários como patrimônio cultural, tornando-os memórias vivas dos últimos séculos”, pontuou o presidente da Associação da Imprensa de Pernambuco, Múcio Aguiar.

Mostra no Campus da Fundação Joaquim Nabuco

A mostra tem curadoria do presidente da API, João Palmeiro, que ressalta a importância dos quase 200 anos de circulação ininterruptas do Diário de Pernambuco. “O jornal precisa ter o reconhecimento de toda comunidade por ter atravessado gerações e ter conseguido se adaptar às necessidades de cada período, sendo apreciado por quem lê. O Diário cumpriu a sua missão e continua sendo vitorioso”, destaca. Segundo ele,o critério de escolha para a exposição foram jornais publicados durante, pelo menos, cem anos sem interrupções.

No ano passado, Palmeiro organizou uma mostra exclusiva com os jornais de Portugal no Parlamento Europeu, na Bélgica, e no Parlamento Português. “As exposições em Portugal disputaram atenção do mundo político, principalmente em um momento que se discutia bastante sobre fake news e acesso à informação”,ressalta João. De acordo com ele, o principal objetivo da exposição é mostrar que os jornais são marcas de confiança e por isso seguem sendo importantes para a comunicação mundial, contribuindo com a luta por ideais, além de ajudar construir a história.

Em um momento de produção de notícias em larga escala através das plataformas digitais, Palmeiro destaca a importância das publicações periódicas como forma de registro cultural e social. “O jornal impresso é orientação e também uma segurança para as nossas opiniões, muito mais do que para as nossas notícias, por ter um permanente pacto com o rigor e a ética. As notícias são importantes também, mas, em determinadas circunstâncias, podem ser veiculadas nos meios digitais e audiovisuais de forma mais eficaz.” E destaca a sua maior preocupação. “O que nós acreditamos é que ter edição em papel é deixar de comunicar aos ‘info excluídos’, que não só os que vivem em um países com censura ou dificuldades econômicas grandes, mas quem não domina as ferramentas da tecnologias de informação e não conseguiram entrar na linguagem digital.”

SERVIÇO

Exposição Jornais centenários do Brasil e Portugal: um legado cultural

Abertura: nesta sexta-feira (18), às 17h

Visitação: terça a sexta, das 8h às 17h. Sábado e domingo: 13h às 17h

Onde: Galeria Baobá, campus Casa Forte da Fundação Joaquim Nabuco (Avenida 17 de Agosto, 2187, Casa Forte)

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